Nossa
realidade capitalista nos remete a esse tipo de questionamento, mas para quem
já tem uma trajetória de vida fica fácil por observação da própria vida
verificar se errou ou acertou nessa questão.
Ainda me
lembro de quando fiz o curso de eletrônica básica com manutenção de rádio e TV
e aos 13 anos aqui no centro de Salvador-Ba, e fui ser estagiário em uma
assistência técnica da CCE e ganhava meio salário mínimo que na época devia ser
uns R$50,00. Nem me recordo se conseguia fazer algo com aquele dinheiro além de
pagar transporte e tirar xerox, mas me alegrava a cada defeito detectado, cada
conhecimento adquirido e o respeito dos familiares que me davam uma gorjeta
para eu limpar cabeçote de vídeo cassete (muita gente não vai entender do que
estou falando, rsrsrs).
No início de
1997 finalizado o 1º grau, passei para o tão sonhado curso de eletrônica no
CEFET-Ba e no início desse mesmo ano consegui a oportunidade de ir trabalhar em
uma oficina de injeção eletrônica que era uma das primeiras da Bahia no ramo e
acreditem eu não ganhava nem o almoço. De forma alguma estou aqui reclamando,
passei 3 meses investindo no conhecimento em injeção eletrônica e quando eu
seria realmente contratado optei por só estudar pois a rotina do CEFET-Ba era
muito corrida para um aluno vindo de escola particular era um mundo totalmente
diferente e muito mais exigente, pois agora lidávamos com uma liberdade cheia
de responsabilidade, já que ninguém se importava caso não aparecesse as aulas e
muito menos se alguém era jubilado por 2 anos perdidos consecutivamente,
responsabilidade total do aluno.
No 3º ano de
CEFET-Ba já comecei a estagiar em uma empresa de manutenção de celular na qual
adquiri também muito conhecimento e fiquei ali até me formar. Após minha
formatura fui para S. Paulo a convite de uma empresa de implantação de
telefonia celular e que estava iniciando a implantação da TIM-SP e depois em
todo Brasil e Chile, quando minha carreira começou a deslanchar e meus ganhos
ficarem compatíveis com meu nível de experiência.
Contei toda
essa parte da minha história porque fico perplexo em ver profissionais ansiando
altos salários sem nem terem começado a trabalhar pensando que o título é o
suficiente e não compreendem que a bagagem prática conta muito. Muitos fazem um
curso baseados em pesquisas de níveis de salário e muitas vezes não se
perguntam quanto tempo um profissional leva para atingir aquele patamar.
A
oportunidade do 1º emprego ou estágio precisa ser levada na pegada de adquirir
o máximo de conhecimento prático, de desenvolver relacionamento interpessoal no
ambiente de trabalho, entender que é fase de crescimento e depois de
amadurecido ninguém vai tirar isso de você. Muitos não entendiam meu proceder,
mas hoje veem os frutos e são só elogios. Não estou dizendo para ninguém se
deixar ser explorado, porque existem empresas também onde você vê que não te
passam tarefas que agregam valor de conhecimento e nem te remuneram como
deveriam, então é hora de mudar. O grande problema é que as pessoas tem se
preocupado tanto com quanto vão ganhar que acabam não se preocupando em
aprender com o que aquele momento te oferece e mostrar que podem sempre
mais.
Sei que é
difícil dar um passo de cada vez, mas não adianta sem experiência nenhuma imaginar
que vai sair de um curso de engenharia, por exemplo, ganhando o piso do
engenheiro, mas existem exceções sem experiência prática, mas com inglês
fluente, ou entrando por meio de programa trainee em grandes corporações. Aos
que não são exceção observem direitinho o que podem extrair de toda experiência
que tiverem oportunidade de viver.
Que em tudo que você se proponha a fazer, faça o seu melhor.
"Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus, servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens.
Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer." (Efésios 6.5-8)
Espero ter
contribuído e, por favor, não deixem de comentar.
Grande
abraço!
Siga-me nas redes sociais:
Instagram: mentor_sergio_meneses
Nenhum comentário:
Postar um comentário