segunda-feira, 17 de abril de 2017

“Eu sei, mas quem sabe que eu sei?”


Uma carência que vejo ao meu redor é muitos profissionais que mesmo sendo bons no que fazem perdem muitas oportunidades de se promover, seja por uma timidez exagerada e outras vezes por insegurança naquilo que faz mesmo executando bem muitas vezes.



Antes de continuar eu gostaria de contar uma experiência pessoal da minha adolescência que me faz notar que eu sempre tive essa percepção, mas quem não possui deve estar atento para desenvolver.

Por volta de meus 12 anos, fui com meu pai a uma oficina mecânica, pois o carro do meu pai apresentava um vazamento no motor. Chegando à oficina o mecânico pediu para que levássemos o carro para lavar o motor em um parceiro deles ali próximo para facilitar a detecção do problema e assim fizemos. Ao terminar a lavagem do motor o carro simplesmente não pegava e a turma do lava-jato empurrava o carro pra pegar no tombo, tentavam de tudo e sem sucesso, sendo que meu pai apenas observava. Quando eles desistiram, meu pai me chamou e disse para eu observar qual era o problema. Ele tirou o rolo de papel higiênico que tinha no porta-luvas, abriu o distribuidor e me explicou que ali era onde direcionava a alta tensão para disparo das velas e que a umidade que entrou desviava a energia que não era suficiente para queima. Meu pai limpou cuidadosamente o distribuidor e remontou. Entramos no carro e o mesmo funcionou sem problemas seguindo o nosso dia.

Meses depois eu fui à casa de um tio e estava com o carro sem pegar e desesperado porque precisava ir a um compromisso. Eu o indaguei o que estava acontecendo e ele me explicou que lavando o carro ele inventou de lavar o motor e o carro não pegava mais. Eu abri o capô e pedi que ele batesse na chave e assim que ele acionou eu fiz sinal para que parasse e disse: “Calma tio, eu já sei do que se trata”. Pedi o papel higiênico e explanei para ele todo funcionamento do distribuidor assim como meu pai fizera comigo, porém nunca contei a ele o ocorrido anterior, e quando ele viu que o carro funcionava o seu olhar não via mais o sobrinho adolescente, mas um mecânico de fórmula 1. Daquele dia em diante ele sempre acreditou que eu seria capaz de resolver qualquer coisa.

Segui na vida me desenvolvendo e fazendo valer essa minha facilidade em mostrar o meu trabalho e muitas vezes o fazer de algo simples um evento, não enganando as pessoas, mas as mostrando o potencial que está em mim por conhecimento adquirido por experiências práticas ou teoria.

Certa vez me chamaram para solucionar um problema em uma máquina, mas chegando lá estava um dos técnicos da área e questionei: “Você sabe como resolver isso, por que não o fez?”. O mesmo me respondeu que apesar de estar ali acompanhando ninguém solicitou que ele resolve-se. Nessas horas não me incomoda a omissão, mas o fato de que era a grande chance dele mostrar o que ele é capaz de fazer e não o fez e o efeito disso é que sempre vão me procurar porque não sabem que ele sabe.




"Não basta ser campeão, precisa ter postura."

Olha Matheus antes de entrar na piscina para competir, já com o olhar e postura de quem veio para vencer.




Isso acontece todos os dias, às vezes movidos por pensamentos pequenos do tipo “não sou pago para isso” quando deveriam pensar “preciso que saibam que faço isso pelo que eles pagam mais”.

Outra dificuldade está em ter plena consciência do que faz. Quantas vezes a pessoa quando levanta uma solução ou explica um ocorrido, logo que indagada se tem certeza, acaba recuando diante do confrontamento.

Cada vez as corporações precisam de pessoas que dominem os princípios das matérias que desempenham e que saibam aparecer, porque quem aparece está querendo jogo, está querendo assumir responsabilidades e estamos numa geração que foge muito disso, resguardados em várias desculpas, mas de uma coisa eu tenho a certeza: “Se você quer alcançar o horizonte, vai ter que nadar intensamente para chegar com tempo para o descanso ou vai passar a vida nadando”.

Lembrando que o marketing pessoal não é falar demais e nem querer ser alguém que não é, mas estar atento aos pontos de convergência, pontuando atitudes e conhecimentos que te diferenciam, ou isso, ou se conformar em ser apenas mais um na multidão.

Espero ter aberto um bom ponto para reflexão e discussão. Deixem aqui sua opinião e se acha que vale a pena outros saberem disso, compartilhe.

Texto postado originalmente por mim no Linkedin.


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