Em dias que as preocupações da vida e o corre-corre nos
arrebatam, muitos estão investindo suas energias e tempo na aquisição de bens e
dinheiro, busca sempre bem pautada na busca por um futuro tranquilo e uma vida
melhor para os filhos lhes ofertando tudo aquilo que não tivemos em nossa
infância acreditando que isso vai tornar a vida deles melhor e repleta de
felicidade.
Acredito que dificilmente paramos para pensar que as
situações que tivemos que viver provavelmente nos creditaram chegar ao ponto
que nos encontramos hoje. As dificuldades que a vida nos trouxeram em outros
momentos nos forçaram a desenvolver habilidades necessárias para enfrentar o
mundo dos adultos cheio de responsabilidades e contas para pagar.
O interessante
é que crescemos e as vezes achamos que as melhores “coisas” que podemos comprar
para nossos meninos é o que os fará felizes, porém eles mesmos nos dizem o
contrário. Meu filho Matheus logo cedo mostrou uma paixão por bateria e assistia
todos os vídeos possíveis de garotos tocando bateria no youtube (ele só tinha 2
anos) e usava o sofá, cadeiras, o que achasse para tocar bateria usando
talheres como baquetas e eu comovido comprei uma bateria para ele, a qual ele
ficou hiper feliz quando viu o instrumento que só durou uns cinco dias, pois o
menino bate forte e você acha que ele ficou triste, depressivo, sem fome por
causa disso? Que nada, ele voltou a tocar no sofá e a alegria continuou
contagiando a casa.
Longe de mim, dizer que é errado fazer mimos aos filhos, mas
começo a refletir que mais importante que isso é a presença, orientação,
carinho, tempo e energia dedicados aos mesmos, para que quando chegar o momento
certo o nosso legado na vida deles seja tão evidente que eles não possam
esconder.
A nossa geração por muitas vezes tem corrido tanto por uma
vida mais tranquila que nem dá tempo para desfrutar o mínimo e um exemplo disso
é que cada vez existem crianças com brinquedos sofisticados e cada vez menos a
presença dos pais para desfrutar do crescimento dos filhos. Essa semana eu
e Matheus fizemos a primeira tentativa dele andar de bicicleta sem as rodinhas
as vésperas dele completar 3 anos apenas e vou dizer que é muita diversão e
nossos jogos de futebol 1 contra 1 na
quadra do condomínio é um verdadeiro clássico do futebol mundial.
Matheus que faz natação desde os 3 meses de idade, faz uns 4
meses que começou a nadar sozinho na aula e logo que chegou em casa me falou: “-Papai,
estou nadando sozinho, você vai comigo?” Como eu poderia negar um pedido
desses? Arranjei um tempinho e fui em uma das aulas seguintes.
Tenho aproveitado da melhor maneira o meu tempo com ele,
contando histórias, jogando bola, montando quebra-cabeças, curtindo uma praia,
umas idas no shopping e não esquecendo de já passar um pouco de conhecimento
mostrando a ele quando algo é caro e mesmo que ele queira papai não vai
comprar, que precisa cumprir com as tarefinhas da escola e sempre que se sai
bem no que pedimos uma casquinha de R$3,00 no shopping faz a nossa festa.
Encerro essa reflexão afirmando que devemos investir naquilo
que tem valor e nem sempre é dinheiro, faça a escolha certa. Nenhuma carreira, nenhum
status, nenhuma riqueza vale arruinar sua família.
"Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8.36)