terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O que esperar das pessoas?

Vivemos em uma sociedade de relações cada vez mais complicadas, tão complicadas que já geraram os mais diversificados estudos para tentar explicar o quão difícil o relacionamento interpessoal tem se tornado. Além de que hoje as ofertas de cursos de inteligência emocional estão crescendo cada vez mais, e existem muitos cursos sérios, mas o que será que aconteceu com a nossa sociedade que antes não precisava desse tipo de artifício? Ou pelo menos era mais controlado.

Às vezes tenho meus pensamentos tomados por assalto por esse tipo de assunto. Por que será que as pessoas estão cada vez mais sensíveis? Onde não podem ser repreendidas e nem cobradas de forma mais áspera, ou ainda possuem sempre quem e/ou o quê apontar como o real motivo para algo não ter dado certo.

Será que esse é o resultado de uma geração de filhos únicos? Ou geração dos nascidos de parto cesariana? Ou geração das redes sociais? Quem terá essa resposta?

Vejo que as redes sociais e aplicativos que aproximaram as pessoas ao mesmo tempo enfraqueceram os relacionamentos e você pode me perguntar: como? As pessoas realmente esquecem que as fotos das redes sociais não querem dizer muito, pois as crises e momentos difíceis não estão nas fotos, mas sim entre os “clicks”. E esses momentos é que provam os relacionamentos e fortalecem, mas muitas pessoas têm acreditado que vida difícil é apenas a sua, que somente eles tem problemas, seja no trabalho, no casamento, na igreja, gerando em si mesmos uma expectativa de que tudo seria bom se não existissem as “tensões” que são normais nos seus relacionamentos. De um tipo de observação dessas é que deve ter nascido a expressão de que a grama do vizinho é sempre mais verde. E aí muitos acreditam que fácil é fugir dos relacionamentos onde existem  questões a serem resolvidas, sendo que não existirá no mundo real relacionamentos que não tenham questões a serem resolvidas.

Talvez outro motivo seja que pessoas tem colocado muita expectativa no “outro” tornando-se pessoas fáceis de serem magoadas, pessoas paralisadas na vida aguardando que os outros sirvam aos seus caprichos, sem ressalvas, reclamações ou repreensões. O interessante é que percebo essas pessoas andando na contramão. Quando assumimos o controle e a responsabilidade agindo como um “motorista-defensivo” percebo que o sucesso nessas questões será mais tangível. Veja abaixo a definição de direção defensiva:

Dirigir ou pilotar defensivamente é o modo de dirigir ou pilotar para evitar acidentes,
apesar das ações incorretas dos outros e das condições adversas.

Você pode repetir em voz alta o último trecho: “apesar das ações incorretas dos outros e das condições adversas.”

Olha como isso é intrigante, no dia que decidimos e somos autorizados a dirigir devemos nos preocupar em dirigir defensivamente e por definição é não envolver-se em acidentes independente se a ação de risco foi minha ou não, ou seja, a reflexão no caso de um acidente não deveria ser quem é o culpado, mas sim o que eu poderia ter feito para evitar ou até mesmo o que poderia ter feito para não estar envolvido nessa situação. Como isso facilita a relação assumindo o meu papel e olhando de forma racional para o que envolve o ocorrido e de preferência que essa reflexão me livre do envolvimento em um acidente.

Quando se trata de relacionamento a bíblia também nos leva na direção do próximo, mas olhando para nós mesmos e a nossa intenção quando diz:

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus22.39)

A bíblia não nos orienta a dispensar o nosso amor ao próximo pelo que ele pode oferecer, mas fazer isso diante do que desejamos para nós e isso basta, mas o que acontece é o contrário, nos chateamos porque gostaríamos que o nosso semelhante agisse como nós agiríamos e nem sempre isso é possível, pois além de sermos seres humanos distintos, tivemos bases distintas. Você pode ser filho de uma família feliz e estruturada com a condição financeira estável, enquanto o seu próximo viu a mãe ser assassinada, ou a separação de seus pais, veio de família muito pobre, foi criado longe da família. Na verdade o que quero exemplificar que as impressões que trazemos em nós vai dizer como nós enxergamos o mundo e quando temos consciência disso posso caminhar mais atento a entender o “novo”. Quando sou advertido tenho que entender que posso até não ser o causador da culpa, mas preciso entender como eu fui parar no meio dessa situação já que a bíblia nos diz:

Examinai tudo. Retende o bem.
Abstende-vos de toda a aparência do mal.
(1 Tessalonicenses 5:21,22)

Se a ideia é para livrar da aparência do mal, basta parecer mal e será o suficiente para eu não estar ali, estando eu atento a isso, minhas chances de sucesso serão enormes.

Outro dia conversava com um dos meus mentores, o pastor Robson Fagundes, sobre como as empresas estão muito mais na busca de pessoas emocionalmente capacitadas para relacionar-se no trabalho do que as que dominam a técnica e é a grande verdade, pois os seres humanos estão cada vez mais complicando essas relações até chegarmos no “assédio moral”, que longe de mim dizer que não existe de fato, mas que abriu um leque enorme para defesa de indivíduos procurando onde esconder sus falhas e que digam isso os professores o que têm sofrido com seus alunos e pais, não profetizo, mas não vai demorar para repreensão de professor virar assédio moral.


Você deve estar meio confuso e confesso que eu também estou pois cada parágrafo aqui dá abertura para grande discussão e entrar por outros temas, mas eu gostaria de finalizar dizendo que devemos mudar o título dessa reflexão para: “O que as pessoas podem esperar de mim?” Percebeu que agora você está no controle e seria uma boa atividade se você pudesse agora descrever isso num papel o que realmente o mundo pode esperar de você. Eu vou começar a escrever o meu agora...

Não esquecendo que nem tudo são alegrias, mas que nenhuma questão te prive de viver a vida em plenitude e relacionando-se em Paz no trabalho, em casa, na igreja e por onde andares.

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