segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Anônimos...

Outro dia em uma de minhas meditações em meio ao meu retorno para casa em um ônibus lotado, percebi a presença do vendedor da loja de parafusos na qual a empresa onde eu trabalho compra muito material e comecei a refletir: sentamos no ônibus, passamos por pessoas na rua e muitas vezes trocamos algumas palavras com pessoas que para nós são verdadeiros anônimos mas assumem no seu dia a dia papéis tão importantes. Notem esse rapaz que eu citei: ele simplesmente move coisas que ele nem imagina, quantas vezes precisei dos benditos parafusos para não deixar máquinas paradas que por sua vez alimentam América latina, do Norte e Europa com film stretch. Ao mesmo tempo esses parafusos são enviados para nossos fornecedores de matéria-prima, insumos além de fábricas de automóveis, pneus e por aí vai. Imagina se esse cara não nos atende?

E por aí vão professores que preparam a geração que está chegando para mover o país, funcionários públicos, profissionais liberais, gente de todo tipo e responsabilidade, mas quando estamos dentro do ônibus somos todos anônimos para que apareça a importância do motorista e do cobrador que são as estrelas do transporte público.

O interessante é que comecei a refletir que não precisam dos momentos de luto para perceber que somos todos iguais e que devíamos ter respeito uns pelos outros independente da nossa posição, idade, cor, grau de instrução. Até porque, graças à Deus, os momentos de luto são poucos geralmente ao decorrer da vida e essa reflexão sobre o fim de todas as coisas logo se vai com o luto e muitas vezes voltamos a praticar tudo aquilo que percebemos, somente nessa hora, que não faz sentido.

“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete,
pois ali se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao coração.
Melhor é a tristeza do que o riso,
porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.
O coração dos sábios está na casa do luto,
mas o coração dos tolos na casa da alegria”.
(Eclesiastes 7.2-4)

Quando a bíblia levanta a questão de que o coração do sábio está na casa do luto, para mim é claramente dito que na vida do sábio a reflexão da condição humana está presente todo o tempo, da nossa fragilidade, de que não somos melhores que ninguém pela quantia em nossa conta bancária, por alguma habilidade que possuímos, pelos títulos conquistados, por andar de carro e não de ônibus junto com os “anônimos” e por aí vai.

Voltando para o ônibus, naquele momento comecei a ver as pessoas como engrenagens movendo esse mundo que nos rodeia e hoje quando alguém não pega o ônibus naquele mesmo horário eu realmente não sei o que aquela pessoa faz, mas tenho certeza eu o dia no nosso planeta não será igual e talvez você esteja rindo e dizendo que sou muito exagerado, mas quem disse que você precisa notar o movimento de translação e rotação da terra, mas se parasse iriamos notar e a depender onde essa engrenagem se encaixe pode parar a terra para você ou para mim. Vai que é o cara do fórum que autentica documento e você só tem meia hora para sair do trabalho, mas a fila dobrou porque ele faltou e você só tinha esse dia para fazer isso?

E diante disso tudo é tão claro onde Deus entra na história, porque independente da nossa importância nessa engrenagem buscamos deixar o anonimato entendendo a que propósito nós servimos e diante de tudo que realizamos que valor realmente existe em tudo isso. Porque a morte reduz a nossa vida e atitudes a simples sobrevivência terrena. Creio que Deus nos reserva mais que isso, uma vida eterna sem anonimato, pois ele conhece a cada um pelo nome e reduzirá as nossas diferenças a “zero” quando estaremos diante dEle se seguirmos o único caminho até a salvação através de Jesus Cristo. E daí a vida tem todo sentido vivendo essa verdade:


“Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas”.(Romanos 11.36a)





E que no contar dos nossos dias, os nossos pés 
tragam as marcas de uma caminhada guiada por Deus.

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